Suposta filha ilegítima do rei quer "transparência"
"Avancei para esta ação extremamente difícil porque a situação em torno da minha vida deteriorou-se com a discriminação contra mim e a minha família", explicou hoje Delphine Boël num comunicado divulgado pela agência Belga citado pela France Press. Alegada filha ilegítima do rei da Bélgica Alberto II, justificou assim a decisão de chamar a tribunal o monarca e a dois dos seus filhos, o príncipe Philippe e a princesa Astrid, para que sejam realizados testes de paternidade.
Delphine, 45 anos, mãe de dois filhos, queixa-se de "interferências no seu trabalho" de artista plástica e de "encerramento de contas bancárias". Garante que tentou reiniciar contactos com o rei e seu suposto pai biológico através de carta, de líderes religiosos e outros intermediários, mas em vão. "Estou decidida a recorrer aos tribunais civis para trazer um pouco de clareza e transparência", afirmou neste comunicado, reconhecendo que com esta atitude seja pouco provável restabelecer contacto com Alberto II. "Com provas de ADN a minha identidade será certa", rematou.
Delphine Boël tornou-se conhecida em 1999 com a publicação de uma biografia não autorizada, segundo a qual o então futuro rei tivera uma relação com a baronesa Sybille de Selys Longchamps, que resultara numa filha ilegítima. Embora o monarca nunca tenha confirmado oficialmente a paternidade, reconheceu implicitamente durante um discurso de Natal, onde se referiu a uma "crise" que o seu casamento sofreu.